quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Polícia Federal dá prazo até às 14h para desocupação da reitoria da UFF

Polícia Federal dá prazo até às 14h para desocupação da reitoria da UFF

Estudantes mantém ocupação contra Reuni
A Polícia Federal esteve essa manhã na reitoria da UFF (na Miguel de Frias, Icaraí, Niterói) para vistoriar o prédio e tornar a ordenar a desocupação das instalações. Os oficiais deram prazo até às 14h da tarde de hoje (quarta, dia 24/10) para que os estudantes se retirassem por bem, depois disso a retirada seria efetuada pela força. Os estudantes exigem uma audiência pública com a administração da universidade. Finalmente, o reitor da UFF, Roberto Salles, aceitou realizar uma reunião com comissão formada pelo Diretório Central dos Estudantes e a Associação dos Docentes da UFF.
Essa reunião foi marcada para às 13h de hoje. Nesse momento, os representantes do movimento devem estar apresentando as reivindicações que abarcam a realização de uma audiência pública com a reitoria, a retirada do mandato de ordem de reintegração de posse, a não perseguição política, jurídica e administrativa a qualquer integrante da ocupação.
Nessa audiência pública, além de organizar um processo democrático de deliberação da posição da UFF sobre o Reuni, também serão colocadas outras questões como a garantia de apoio estrutural ao acampamento estudantil no campus do Gragoatá, a definição de prazos para a construção da moradia universitária e a realização de um congresso paritário na universidade (com participação igualitária de estudantes, professores e técnicos) para construir uma alternativa propositiva dos rumos da UFF.

Ação arbitrário de reitor motiva ocupação
Dezenas de estudantes da universidade tomaram a sede administrativa da UFF indignados com o fato do reitor ter cancelado o Conselho Universitário dessa terça-feira, dia 23 de outubro. Nesse CUV seria votada a posição da universidade em relação ao Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Devido ao forte movimento de debate e conscientização organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE-UFF), Associação de Docentes da UFF (ADUFF) e do Sindicato dos Trabalhadores da UFF (Sintuff) a maioria dos Conselheiros Universitários declaravam votar contra o projeto da UFF para o Reuni. Com a grande possibilidade de perder essa votação e os recursos prometidos pelo Governo Federal, o reitor abriu o Conselho informando que não havia condições de sua realização e decretou o cancelamento do CUV. Sem consulta aos presentes. Sem ouvir os conselheiros. Enfim, numa ação extremamente autoritária e incondizente com o espírito democrático que deveria reger a universidade pública.
Tamanha calamidade, levou as centenas de estudantes presentes no Conselho e se manter na reitoria desde às 9:00h da manhã da terça até o momento, sem previsão de saída do prédio da administração central da UFF. A idéia é permancer lá até que se reverta a posição intransigente do Roberto Salles e que se reinstaure o mínimo de democracia na instituição.

Por que ser contra o Reuni?
O projeto de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI – que tem como premissa acelerar o processo de formação dos estudantes de graduação e também sua saída para o mercado de trabalho, seria um método válido de desenvolvimento da educação, caso tal acesso fosse conduzido com a garantia de qualidade de ensino e da permanência por meio da assistência estudantil. Porém, tal projeto, da forma como está sendo proposto, vem estreitamente vinculado ao processo de precarização da Universidade.
Não se democratiza o acesso à universidade apenas por aumentar o número de vagas. A promoção da inclusão das classes mais desfavorecidas da população é necessária, inclusive faz parte do cenário de reivindicações do Movimento Estudantil. Entretanto, da forma como vem sendo conduzida, acaba gerando um ensino desqualificado, no momento em que descaracteriza o sentido da universidade, respaldada pelos eixos ensino, pesquisa e extensão. O plano é ainda excludente, pois proporcionalmente reduz os gastos com Assistência Estudantil, uma vez que propõe média de 18 alunos por professor, o que resulta ainda em salas superlotadas, prejudicando o ensino.

Mais informações:
Daniel Nunes – coordenador de comunicação o DCE-UFF
9964-9242

Obs: Entrada liberada na reitoria
Estudantes da ocupação da UFF informam que não está sendo impedida a entrada de funcionários, professores e demais membros da comunidade no prédio. Embora os estudantes permaneçam no hall, desde o início do expediente desta quarta a passagem está liberada. Apesar disso, alguns trabalhadores que vieram para o trabalho não permaneceram, segundo os próprios, porque as salas permanecem trancadas pela administração da universidade.

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