quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Sobre a audiência pública com a reitoria



Ontem, terça feira, ocorreu no Cine Arte UFF a audiência pública com o reitor Roberto Salles, que havia sido uma das pautas acordadas para a desocupação do prédio da reitoria. Estavam em pauta o REUNI e a construção da moradia estudantil, uma reivindicação antiga do movimento estudantil na UFF, pela qual se dá um acampamento no campus do Gragoatá há cerca de 1 ano e 7 meses. É importante lembrar que diversas vezes a reitoria já fez acordos e assinou compromissos no sentido da construção da moradia, mas que até hoje ela não saiu do papel.



A audiência se iniciou com uma apresentação bastante rápida do pontos principais do resumo do projeto do REUNI-UFF, mostrado em slides num data show aos presentes.
Após essa apresentação, o reitor apresentou um suposto cronograma da construção da moradia, onde ele propunha, dentre outros, uma bolsa provisória para os membros do acampamento e a reconvocação da comissão que discutia o projeto da moradia (considerando que ainda haveria muita discussão a ser feita em termos burocráticos). Nesse cronograma, o reitor propôs que o acampamento saísse do campus do Gragoatá em 45 dias, simultaneamente à reconvocação da comissão pra discutir o projeto.
Não foi a primeira vez que a reitoria propôs esse cronograma protelatório, e não foi a primeira vez que os estudantes acampados o recusaram. Os membros do acampamento fizeram ato simbólico: todos trajavam preto e carregavam uma enorme faixa preta, além de portarem cartazes escritos "Fora Salles, REUNI não", entre outros. A professora Maria Lúcia, da Educação, narrou o episódio em que a administração da universidade negou o pedido de colocar as barracas do acampamento na varanda do banedejão, que é coberta, durante o forte temporal que assolou o estado do Rio na semana passada, evidenciando as condições precárias em que se encontram os acampados.

Já o professor Sérgio Mendonça, da Matemática, ferrenho defensor do REUNI na UFF - inclusive militando por ele em comunidades do Orkut - fez um discurso muito coerente com o que se esperava dele. Parabenizou o reitor pela atitude de chamar a polícia federal para cima do movimento estudantil, no sentido de "evitar ações dos movimentos autoritários patrocinados por partidos políticos" na universidade, em tentativa clara de criminalizar os movimentos sociais. Além disso, colocou, paradoxalmente, que o projeto REUNI-UFF era um projeto autônomo em relação ao Reuni, que pode sofrer as alterações necessárias, contanto que não se desvincule do decreto para que, assim, a verba seja liberada.



Uma peculiaridade da audiência pública foi um grupo relativamente expressivo de pessoas que parecia "torcer" pela reitoria. Aplausos fervorosos foram direcionados à fala do professor Sérgio. Já quando o estudante Madureira, do DCE, falou que "achamos que o pobre deve entrar na universidade de cabeça erguida, pela porta da frente, não pela porta dos fundos", recebeu vaias desse grupo. Até gritos como "nazista!" e "fascista!" foram direcionados a estudantes que posicionavam-se contrários ao REUNI. Os estudantes presentes ficaram se perguntando quem eram aquelas pessoas, nunca antes vista pela maioria em nenhum debate, em nenhum conselho universitário. Não aparentavam ser estudantes. Fica aí a questão em aberto - de onde o reitor tirou esse grupinho de apoio?

Contudo, a maioria esmagadora das falas foi, como de costume, contrária ao REUNI, e dessa vez acoplaram-se a ela inúmeras denúncias em relação à reitoria.

A campanha do reitor em 2005 foi lembrada por ele ter dito considerar um absurdo colocar a polícia contra os estudantes, no contexto da greve de 2005, chegando inclusive a disponibilizar seu próprio telefone para conversar com os estudantes. No entanto, Roberto Salles agora foge de qualquer tipo de diálogo, desde os debates promovidos pelo DCE, ao CUV e à negociação com o movimento de ocupação, e diz que, se processa o movimento estudantil e chama a polícia federal, faz isso em nome da liberdade na universidade e na defesa da maioria.

Membros da ADUFF explicitaram que o pacto político que havia entre a comunidade e a reitoria à época que se iniciaram os debates sobre o REUNI na universidade foi rompido por uma sucessão de golpes autoritários do reitor:

- a remarcação do Conselho Universitário (CUV) do dia 17/out para dia 24 - dia e que uma parte significativa do movimento estudantil da UFF estaria em Brasília na marcha nacional contra a Reforma Universitária (o que resultou na primeira ocupação da reitoria, na noite do dia 16, que conquistou a remarcação do CUV para dia 23/out pelo reitor em exercício, Emmanuel Andrade);
- a convocação do “conselhão”, que reune além do Conselho Universitário, o Conselho de Curadores e o Conselho de Ensino e Pesquisa, compostos majoritariamente por indicados diretos da reitoria, o que diminuiria ainda mais a participação dos estudantes na decisão. Segundo o estatuto da universidade, esse "conselhão" só deveria acontecer na eleição de reitor e vice-reitor (a convocação do conselhão foi revogada por pressão do DCE, da ADUFF e do SINTUFF);
- a suspensão do CUV do dia 23 logo após sua abertura.

Alertou-se para a retirada da questão do REUNI-UFF da pauta do Conselho Universitário e da sua passagem para a comissão de orçamento do PDI (Plano de Desenvolvimento Institucional). Isso seria uma tentativa de aparentar uma desvinculação do projeto em relação ao decreto e de tirar a politização da discussão. Os três seguimentos contrários ao REUNI reivindicaram a convocação de um CUV extraordinário que tenha em pauta a adesão ao REUNI.

Os vários professores da ADUFF colocaram-se à disposição para discutir um projeto de reforma da universidade, mas fora dos marcos do decreto do REUNI. A professora Marina, de Serviço Social, lembrou que, ao contrário do que se diz, "nós já temos um projeto de universidade", que inclui assistência estudantil, contratação de pessoal, melhoria na infra-estrutura... entre tantos pontos que são observados nas lutas dos movimentos acadêmicos.

Após a série de denúncias e perguntas direcionadas ao reitor Roberto Salles fez o último pronunciamento da audiência. A intenção era disponibilizar o vídeo, mas como estamos tendo certas dificuldades técnicas, abaixo vai uma tentativa de transcrição do que foi dito.



"Nós temos a oportunidade de estar, junto com as outras 35 universidades, na mesa de negociação do REUNI. O projeto não é meu, o projeto é da universidade. Cabe à universidade decidir se quer ou não. Agora, se a universidade decidir que não, eu vou lamentar, porque a Universidade Federal Fluminense, uma das maiores do país, ficar fora de uma mesa de negociação, onde temos presente no Rio de Janeiro duas até agora - as maiores do país estão presentes - , eu acho que quem vai perder é a universidade. Agora, quanto a reunião do conselho, eu não escutei uma fala sequer defendendo o pensionista, o aposentado, que queria recorrer à reitoria - como uma senhora vir chorando que queria um documento de uma pensão; o aluno que procurou a reitoria nesses dias, o funcionário técnico-administrativo que não pôde entrar..."
"Podia sim! Podia sim!" [estudantes]*
"...dentro do processo democrático, nós temos que respeitar o disenso, é verdade. Agora, não podemos é aceitar intolerância. Como é que eu posso considerar normal uma reunião aqui, enquanto ali na frente ninguém podia entrar na universidade? Que democracia é essa? Eu desejei sempre o diálogo! Agora, não aceitaremos, não aceitaremos essas medidas de força de intimidação..."
"É isso aí!","Não aceitaremos! Não aceitaremos!" [estudantes]
"...35 mil pessoas, entre alunos, professores e funcionários, não podemos ficar reféns de uma minoria violenta..."
"Não podemos, não podemos!" [estudantes]
"...tendo respeito ao processo democrático. Então nós sempre conduziremos dessa maneira. Agora, o projeto; não é um projeto que eu quero, eu não defendo o governo. É o projeto da universidade! Agora, se a universidade não quer, nós vamos estar dispensando 185 MILHÕES de reais, estaremos também jogando fora em torno de 7% de vagas pra docentes (?) - não existe outra modalidade de entrada que não seja concurso público. Técnico administrativo também. Agora, nós vamos ter uma relação de mais ou menos 4 milhões para a política estudantil. Isso cabe à maioria da universidade decidir. A universidade não pode ficar refém de uma minoria..."
"Não pode não! Não pode!", "Vocês são a minoria!" [estudantes]
"... agora, o projeto foi encaminhado para o plano de desenvolvimento, o conselho universitário é soberano pode decidir muito bem o que é que ele vai querer; eu tô aqui pra conduzir o que a maioria da universidade pretende. Eu sou o reitor de todos, eu não sou o reitor de uma parte da universidade. Então estaremos sempre preparados para o diálogo em qualquer segmento. Muito obrigado pela presença de todos."

* Durante a ocupação da reitoria da UFF, nenhum trabalhador foi impedido de entrar no prédio e realizar suas tarefas. Os ocupantes fizeram questão de esclarecer junto aos funcionários que eles tinham total liberdade e segurança para entrar e trabalhar. O que ocorreu foi que os funcionários da reitoria, responsáveis pelas chaves das salas do prédio, foram instruídos a não abrir nenhuma sala. Isso para, no primeiro encontro dos estudantes com o reitor após a ocupação, ele acusar o movimento de impedir o exercício do trabalho pelos funcionários.

domingo, 28 de outubro de 2007

Lembrando:

AUDIÊNCIA PÚBLICA COM O REITOR ROBERTO SALLES
TERÇA FEIRA, DIA 30, ÀS 13 H
TEATRO DA UFF, NO PRÉDIO DA REITORIA

Moção de apoio da UFPR

Moção de Apoio do Movimento de Ocupação daReitoria da Universidade Federal do Paranáàs Ocupações de Reitorias de IFES

O decreto do Reuni comprovou que a ofensiva da precarização na universidade pública é grande. Do lado de cá, o movimento estudantil, com apoio de professores e técnicos, mostrou que a nossa resistência não vai ser menor. Se eles querem inchar a universidade, nós defendemos uma real expansão desta, com qualidade. Se eles querem que isso seja aprovado de qualquer forma, a qualquer custo, nós resistimos, escrevemos textos, fazemos debates, oficinas, atos e ocupamos reitorias intransigentes.É uma pena que a universidade sofra tal ataque a ponto de uma ocupação não ser nada menos do que uma necessidade. Mas esse momento difícil mostra a força do movimento, nossa capacidade de resistir e não permitir que esse desmonte da educação aconteça.Resistimos porque sonhamos. E sonhamos porque lutamos por uma universidade pública, gratuita, de qualidade, com ensino pesquisa e extensão para todos. Não é a universidade que temos hoje. Não é a universidade que o Reuni propõe. Nosso projeto passa por uma transformação da educação e da sociedade em que vivemos. O movimento estudantil mostra sua força e sua determinação quando não somos meros espectadores nesse processo. Mas a vanguarda das lutas pela educação pública. Toda ocupação é legitima e combativa. Toda a criminalização do movimento social pela mídia burguesa e os aparatos do Estado deve ser combatida. Na UFPR continuamos na luta e não vamos parar até barrar o Reuni, com ou sem reintegração de posse, até construirmos a nossa universidade, até derrotarmos o neoliberalismo.
Assim parabenizamos e declaramos nosso total apoio aos estudantes ocupados na Unifesp, UFRJ, UFBA, UFPR, UFS, UFC, UFRJ, UFSCAR, UNIR, UFBA, UNIR, UNIRIO, UFRRJ, UFES, UFPE, FSA, UFF, UFSC e UNIFESP e aos estudantes de todas as Federais na luta contra o Reuni.

Curitiba,28 de outubro de 2007
Movimento de Ocupação da Reitoriada Universidade Federal do Paraná

Moção de apoio da FSA

Moção de apoio ao movimento dos estudantes da UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

O Diretório Acadêmico "Honestino Guimarães" e o movimento estudantil do CUFSA, de Santo André /SP que exije, antes de mais nada, " Fora reitor Odair Bermelho" e a reforma universitária e, representado pela comissão de comunicação, vem a público declarar o seu apoio à ocupação da UFF pelos estudantes heróicos que tiveram a corajem de se levantar contra a precarização e desumanização do ensino em sua universidade e em nosso país.
Temos que conscientizar a população que esta luta é de todos e que a sociedade tem que participar destas discussões. Aqui em São Paulo estamos lutando contra tudo isso e mais a política adotada pelo governo estadual de criminalizar os movimentos sociais, nós já enfrentamos a tropa de choque em duas ocasiões em um mês.

Todo o apoio aos que se indignam e que enfrentam as injustiças sociais!

A imposição de medidas e decretos que ferem a autonomia universitária; o sucateamento de cursos, como a redução da grade curricular, falta de investimentos em infra-estruturas e instalações, contratações irregulares de docentes; as ações repressoras e intimidadoras, usando força policial, "homens seguranças contratados" e processos judiciais contra alunos e professores que se manifestam contrariamente a quaisquer destas ou outras situações semelhantes, demonstram, que não se tratam de simples coincidências.

Certamente, são modelos e medidas administrativas, inseridas num mesmo contexto político-econômico, que fazem parte de um processo de degradação da Educação no país, através da mercantilização do ensino superior, numa articulação entre o Estado e o mercado auto-regulador neoliberal, que servem para satisfazer a ânsia por lucros e a manutenção do controle político e econômico de uma elite nacional, indubitavelmente, comprometida com outras elites internacionais.

Precisamos nos mostrar preparados para os problemas do mundo moderno e reconhecer que, por sua complexidade e pela força das estruturas de poder vigentes, não nos resta alternativa senão fazermos valer nossa condição, em grande medida, privilegiada pelo acesso a educação superior, ainda que de forma precarizada, para então nos manifestarmos em defesa da Educação, de nossa sociedade e do nosso futuro.

O movimento estudantil que construímos atualmente pelo país, em que pesem as condições e circunstâncias locais, levanta as mesmas bandeiras, quais sejam, a bandeira da qualidade de ensino, da educação pública gratuita e laica, da autonomia universitária.

Toda a oposição e repressão contra os estudantes, e da forma contundente como vem ocorrendo, deixam clara a importância e a responsabilidade que estamos assumindo.

Por esta razão, aumenta enormemente a necessidade de nos unirmos e estabelecermos laços para conjuntamente construirmos estratégias de ações coerentes, além de solidarizações significativas e decisivas, que fortaleçam nossos movimentos e nos possibilitem alcançarmos conquistas.

O que deve ocorrer neste momento importante, é justamente a união dos movimentos estudantis pelo país, para formarmos uma coletividade que construa força própria para produzir intervenção política e social, capaz de atuar de forma independente e contínua.

Precisamos reagir não só para garantir nosso simples direito de acesso à Educação superior, mas também por condições cada vez melhores de aprendizagem e acesso à cultura, em todos os níveis escolares.

Precisamos conter a fragmentação do pensamento, que tende para o dimensionamento unilateral, da ideologia vigente neoliberal, e revertermos a lógica que nos impõe o "o que podemos saber" para a do "que devemos saber".

Educação não deve ser NUNCA mercadoria!

Saudações Estudantis de Luta e Solidariedade aos Colegas da UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE !
Essa luta é de todos nós!

"Queremos mais que uma ideologia para viver.
Queremos desenvolver expressões humanas de construção de sentido e de conhecimento.
Queremos ser capazes de refletir criticamente e de contestar coerentemente.
Queremos assumir a construção livre de nossa identidade e de nossos destinos.
Queremos formar uma coletividade e reconstruir a sociedade.
Queremos Educação pra valer!"

sábado, 27 de outubro de 2007

Audiência Pública com o reitor!

A AUDIÊNCIA PÚBLICA COM O REITOR ROBERTO SALLES, que foi umas das pautas que condicionaram a desocupação da reitoria da UFF, está marcada para TERÇA FEIRA, DIA 30, ÀS 13 H, NO TEATRO DA UFF, NO PRÉDIO DA REITORIA (ICARAÍ).

A PARTICIPAÇÃO DE TODOS É ESSENCIAL!

Precisamos cobrar dessa reitoria que, em nome da liberdade na universidade, chama a repressão da polícia federal pra cima dos estudantes.

TODOS À REITORIA, TERÇA FEIRA, ÀS 13H!

Moção de Apoio da UFRPE

Moção de Apoio às Ocupações de Reitoria

Seguindo a lógica privatista e neoliberal no trato com a educação, o Governo Lula, apresenta sua nova arma de ataque: o reuni.
Esse nocivo decreto tem como base o aumento do número de acessos às universidades sem o aumento da qualidade de ensino, além de aumentar significativamente a precarização do trabalho docente. Esse estabelecimento de metas a serem alcançadas para o respectivo envio de verbas retira fatalmente o caráter da educação defendido pelos movimentos sociais, passando dessa forma a enxergar a educação sob um aspecto produtivista voltada para garantir os interesses do mercado e do mundo globalizado.
Não aceitando esse trato com a Educação Pública, o Movimento Estudantil combativo vem procurando dar as repostas necessárias aos ataques do Governo. Hoje, várias reitorias estão ocupadas e vários estudantes mobilizados para a luta contra esse decreto que a nosso ver vem para destruir a educação pública no nosso país.
É por conceber que a educação não se faz por decreto que nós do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal Rural de Pernambuco nos solidarizamos com a luta contra mais esse ataque do Governo Lula e enviamos os nossos sinceros e fraternos votos de apoio às ocupações realizadas pelos companheiros que resolveram se postar a frente da dura batalha que é barrar o REUNI.

Diretório central dos estudantes da UFRPE - Odijas carvalho de Souza
Gestão: Ser, Fazer e Acontecer

Recife, 26 de outubro de 2007

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Violência contra os estudantes da Unifesp a mando do reitor.

Assim como ocorreu na nossa ocupação, a reitoria da Unifesp não hesitou em chamar a repressão policial contra os estudantes. Mas nós conseguimos uma negociação; eles não.
Abaixo um relato do ocorrido.

"Galera, o choque chegou!"

Na segunda-feira a tarde dois oficiais de justiça chegaram ao campus para a entrega da reintegração de posse imediata. Porém, a próxima Assembléia Geral seria apenas no dia seguinte, então continuamos ocupados. Alguns parlamentares compareceram ao campus e tiveram, na frente dos alunos, uma conversa, via celular, com o reitor da unifesp, Ulysses Fagundes Neto. Nessa conversa o reitor negou-se a conversar com os estudantes, assim como negou o pedido para que não se usasse força policial ao menos até quarta-feira, já que a nossa Assembléia Geral estava marcada para terça a noite. Por ele, a reintegração de posse seria realmente imediata. Da forma que fosse. Depois de negociações com a juíza que concedeu a reintegração de posse, ela garantiu que não seria usada força policial antes de quarta-feira, ao meio-dia, para que a Assembléia Geral acontecesse. E de fato aconteceu. Mas durante todo o dia vimos carros parados, com pessoas dentro, na entrada da universidade, observando quem entra e quem sai. Os famosos P2. No início da madrugada de quarta-feira,um rapaz perguntou sobre a Soraia. Mas não havia nenhuma Soraia. Depois o nome mudou para Sheila. Ficou horas na porta esperando por essa moça que, segundo ele, "estudava direito da USP e estava vindo de São Paulo, e ele estava lá para busca-lá, no bairro dos Pimentas". Acreditou? A gente também não. Cerca de 2 horas da manhã, tum tum tum, pá pá pá, "galera, o choque chegou!". E bota choque nisso. Na imprensa dizem que havia cerca de 130 pms, mas só pode afirmar isso quem ou não esteve lá ou não sabe contar direito. Havia choque nos cercando em todos os cantos, dentro do teatro, em volta do prédio, fechando a entrada da universidade, fechando os fundos, fechando a rua em cima e embaixo. Pouco mais de 40 estudantes, pouco mais de 400 pms. Qualquer forma de resistência seria um massacre. Deixaram-nos levar alguns colchões para passarmos a noite. E em duas viagens, levar algumas coisas para o Centro Acadêmico. Apenas sete poderiam fazer esse transporte. Escoltados pelo choque. Ao chegar na porta dos C.A.s não nos foi permitido entrar antes de "averiguação e liberação" . O CHOQUE ENTROU NO NOSSO CENTRO ACADÊMICO. E AINDA NOS DISSE QUANDO NÓS PODERÍAMOS ENTRAR TAMBÉM. Nem na escrota desocupação do Lgo. São Francisco o choque entrou no C.A. Sentimento de impotência. Ferida aberta, sangrando. Depois todos foram fichados no local mesmo. E o vereador Albertão esperando do lado de fora, na parte baixa da rua, impedido de subir. Acontece que ele é da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Veradores de Guarulhos. E mesmo sendo seu direito e dever acompanhar reintegrações de posse para averiguar se não terá abuso, foi impedido de subir. Mudança de postura da PM. Preocupação. Fomos desocupados, reprimidos e não fomos ouvidos. Mas a luta não pára. Mais uma vez o reitor Ulysses Fagundes Neto tentou calar o Movimento Estudantil. E mais uma vez, apesar das feridas - internas em todos e externas em alguns que ainda não se recuperaram totalmente das agressões dos seguranças - voltamos mais fortes, cada vez mais fortes. Agradecemos a todos que nos apoiaram e a todos que, mesmo com opiniões diferentes, estavam dispostos a participar das Assembléias, a conversar, a debater idéias, pois é dessa forma que construímos um verdadeiro e forte movimento estudantil. E não com repressão.
NAS RUAS,NAS PRAÇAS, QUEM DISSE QUE SUMIU? AQUI ESTÁ PRESENTE O MOVIMENTO ESTUDANTIL
POR EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATUITA, DE QUALIDADE E PARA TODOS.

Moção de Apoio da UFRGS

Moção de Apoio à Ocupação das Reitorias da UFPR, UFF, UFBA e UNIFESP

A luta em defesa da Universidade Pública felizmente segue. Por mais que Lula e seus comparsas tentem, o movimento estudantil revitalizado e fortalecido após a vitoriosa jornada de maio e junho, em que as ocupações de dezenas de reitorias país afora obtiveram expressivas vitórias, continua em luta.A nova face da Reforma Universitária, o REUNI, promete ampliar vagas partindo do pressuposto que a estrutura das Universidades Federais está subutilizada.Em bibliotecas com déficit gritante de livros. Em filas de quase uma hora para almoçar em Restaurantes Unviersitários. Em laboratórios defasados em sua maioria. Com parcas bolsas permanência, de extensão e de pesquisa. Com falta de professores. Com falta de funcionários.Qualquer estudante, funcionário e professor sabe que estamos operando um milagre realizando mais de 90% da produção científica brasileira nas Universidades Públicas com essa situação.Com esse e tantos outros elementos vemos que falta vontade política de tratar a educação como um direito social que precisa ser ampliado com qualidade, com respeito à sociedade.Conforme deliberado no III Congresso de Estudantes da UFRGS, ocorrido nos dias 28 e 29/09, somos contra o REUNI. Pelos mesmos motivos que hoje ocupam suas reitorias os colegas da UFPR, UFF, UFBA e UNIFESP.Que eles tenham sucesso assim como nós queremos ter no Conselho Universitário de 29/10 que votará o REUNI aqui na UFRGS.Saudações de Luta Estudantis

UFRRJ, UNIRIO, UFC e UFS ocupadas!

As universidades federais de Fortaleza e de Sergipe estão ocupadas!

SOBRE A OCUPAÇÃO DA UFRRJ

Nós, estudantes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, ocupamos hoje, dia 25 de outubro, a Reitoria em protesto contra o decreto REUNI (Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais) do Governo Federal. Exigimos que não ocorra o Conselho Universitário (CONSU) no dia 26 de outubro, às 13 horas, que terá como finalidade aprovar o REUNI.
A ocupação iniciou-se após a Comissão Consultiva apresentar seu projeto para o REUNI dentro de nossa universidade. A apresentação ocorreu com 24 horas de antecedência à sua aprovação, impossibilitando o debate com os diversos setores da universidade.
Queremos um debate mais amplo e que atinja toda a comunidade acadêmica (docentes, discentes e técnico-administrativos) para um projeto de reestruturação e expansão que atenda nossas reais necessidades, que respeite a autonomia universitária e que se comprometa com a qualidade de ensino das universidades federais. Entendemos que o decreto REUNI significa uma gradual degradação das condições de trabalho e ensino sobre uma estrutura já sucateada.

Comissão contra o REUNI / Ocupação da Reitoria da UFRRJ.
Estudantes da UFRuralRJ ocupam a reitoria!
http://ocupacaorural.blogspot.com/


SOBRE A OCUPAÇÃO DA UNIRIO
NÓS, ALUNOS DA UNIRIO, DCE E DIVERSOS DA'S, COM INTENSA DIVULGAÇÃO E DIVERSOS ALUNOS, OCUPAMOS A SALA DA REITORIA, HOJE DIA 25 DE OUTUBRO DE 2007, E CONTAMOS COM O APOIO DOS DEMAIS REPRESENTANTES DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS DO RIO DE JANEIRO E DE TODO O BRASIL PARA BARRARMOS O PROJETO RESTRUTURAÇÃO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS (REUNI) , QUE DE FORMA NÃO-DEMOCRÁTICA ESTÁ SENDO APROVADA NAS DEMAIS FEDERAIS.PEDIMOS ENTÃO, A MANIFESTAÇÃO DE TODO O CORPO DISCENTE PARA MOSTRARMOS O QUÃO INSATISFEITOS ESTAMOS COM O PROJETO "REUNI" E SUA APROVAÇÃO ILEGÍTIMA, COM BASE NA VERIFICAÇÃO QUE FIZEMOS, ATRAVÉS DE NOSSOS ESTUDOS, QUE IRÁ DESQUALIFICAR O ENSINO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS DESTE PAÍS.


SOBRE A OCUPAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

Cerca de 300 estudantes da Universidade Federal do Ceará ocuparam hoje pela manhã a Reitoria com o objetivo de protestar contra o processo de aprovação do Projeto REUNI e de repudiar a agressão violenta destinada ao protesto estudantil da última sexta-feira. O REUNI é o Programa de Expansão e de Reestruturação das Universidades Federais e dos Centros de Tecnologia de todas as Instituições Federais, que deveria ter sido socializado em amplos espaços de discussão em toda a Universidade durante seu processo de aprovação. Muito longe disso, o que ocorreu foi uma reunião do Conselho Universitário (CONSUNI), constituído pelo Reitor, Diretores de Centro, Pró-reitores e 5 Representantes estudantis, em que se votou a aprovação do tal Projeto, apresentado somente nesta data e contendo mais de 100 páginas.A reunião era fechada e havia seguranças impedindo qualquer estudante que não fosse Conselheiro de entrar e de participar da reunião. Aproximadamente 30 estudantes estavam do lado de fora do CONSUNI, no sentido de protestar contra aquela votação, que se dava de forma arbitrária e nada participativa, já que a maioria dos estudantes, servidores e professores da UFC não sabia e não sabe a que realmente se propõe o Reuni.Os estudantes tentaram entrar na sala da reunião do Conselho, mas foram AGREDIDOS VIOLENTAMENTE pela segurança da Universidade. Foram pancadas de cassetetes, puxões de cabelo, chutes e socos voltados para impedir que o grupo de estudantes tivesse voz e pressionasse para que a votação não ocorresse naqueles moldes. Ao ouvir os protestos do grupo, o Reitor rapidamente encaminhou a votação do projeto, que sequer havia sido lido em sua totalidade pelos conselheiros estudantis e que, naquele momento, ainda iria ser completado (faltavam cerca de 40 páginas que iriam ser adicionadas posteriormente)!Repudiando a postura violenta do reitor diante da manifestação estudantil, a falta de democracia no CONSUNI, a inexistência de paridade nas decisões políticas da Universidade e reivindicando a revogação da aprovação arbitrária e ilegal do REUNI é que cerca de 300 estudantes ocuparam na manhã de hoje a reitoria da Universidade.A nossa manifestação estudantil pretende se estender na reitoria até que a pauta seja debatida e as reivindicações alcançadas. O objetivo da ocupação é criar um espaço de diálogo que não nos é aberto dentro dessa Universidade, e no qual não há possibilidades se não aceitar, sem qualquer discussão, um Projeto como o REUNI e ainda sofrer agressões quando se protesta por democracia, por decisões construídas coletivamente e por e mais espaços de discussão! Ora, se o REUNI é tão bom para a Universidade, porque ele tem de ser aprovados a portas fechadas e com repressão aos estudantes?A luta contra as arbitrariedades na aprovação do Reuni é uma luta nacional em defesa da Universidade Pública, em resposta ao método antidemocrático e truculento de aprovação do Reuni, que está ocorrendo em diversas Universidades em todo o Brasil, na UFBA, UNIR (Rondônia), UFSC, UFSCAR, UNIFESP. A reitoria destas Universidades estão ocupadas em protesto à aprovação do Reuni, que foi feita de forma obscura e com o uso de violência e agressão.Obs: A última informação dada pela reitoria foi que o reitor só se reuniria com os estudantes se eles desocupassem o prédio da UFC, em mais uma demonstração de indisposição ao diálogo.



SOBRE A OCUPAÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
(Mensagem enviada no instante da ocupação)

É AGORA! ESTAMOS OCUPANDO A REITORIA DA UFS, SALA DOS CONSELHOS POR TEMPO INDETERMINADO! ! COMPAREÇAM A REITORIA, PRECISAMOS DE TODA A SOLIDARIEDADE! A REUNIÃO SOBRE O REUNI FOI INTERROMPIDA E O REITOR PODE VOLTAR A REUNIÃO A QUALQUER MOMENTO!! QUANDO O REITOR AFIRMOU QUE NÃO ATENDERIA AS REIVINDICAÇÕES DOS ESTUDANTES( SEMINÁRIO E PLEBISCITO SOBRE O REUNI), ELE TENTOU DAR UM GOLPE PASSANDO A LISTA PARA OS CONSELHEIROS FAVORÁVEIS AO REUNI, MAS NÃO DEIXAMOS E O ASSESSOR DE JOSUÉ AGREDIU UMA ESTUDANTE DE ENFERMAGEM!! A REUNIÃO DO CONEPE QUE CONTAVA COM UM GRANDE NÚMERO DE SEGURANÇAS FOI INVIABILIZADA E A REITORIA A QUALQUER MOMENTO PODE DAR CONTINUIDADE A REUNIÃO ESTAMOS OCUPADOS NA REITORIA DA UFS!! REUNI NÃO! QUEREMOS DISCUSSÃO E PLEBISCITO!! ESTAMOS OCUPANDO A REITORIA POR TEMPO INDETERMINADO! ! QUEREMOS DISCUSSÃO E PLEBISCITO! A UFS NÃO É ESCOLÃO!! Você quer uma UFS com a política de aprovação automática?Você quer uma UFS em que o estudante poderá se formar sem freqüentar aulas?Você quer uma UFS em que o professor se torna irrelevante? Se a resposta é NÃO, VAMOS LUTAR CONTRA O REUNI! QUEREMOS APROFUNDAR A DISCUSSÃO SOBRE O REUNI!QUEREMOS A COMUNIDADE ACADÊMICA ESCLARECIDA!QUEREMOS QUE A COMUNIDADE ACADÊMICA DECIDA A ADESÃO OU NÃO!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Moção de apoio da ASDUERJ

A diretoria da Associação de Docentes da Uerj – Asduerj – manifesta seu apoio aos professores, estudantes e servidores técnico-administrativos da Universidade Federal Fluminense (UFF), que lutam contra a precarização do trabalho docente e a política de ataque à autonomia da universidade fomentadas pelo governo Federal. A entidade repudia a atitude autoritária do Reitor Roberto Salles, que, desrespeitando o processo de discussão do Reuni ocorrido na universidade, suspendeu a sessão do Conselho Universitário convocado para votação do projeto. Manisfesta repúdio, também, à solicitação, pela reitoria, de mandado de reintegração de posse, que levou a Polícia Federal ao campus para desocupar a reitoria e o acampamento de luta pela moradia estudantil.

Rio de Janeiro, 25 de outubro de 2008.

Diretoria da Asduerj

Fotos da assembléia e da ocupação

Finalmente temos fotos para ilustrar nosso tão branquinho blog!


As primeiras são da assembléia que ocorreu logo em seguida à implosão do conselho pelo reitor, no local onde seria o CUV, o Cine Art UFF. O restante são fotos da ocupação em si, nos dias 23 e 24.









(O que podem os estudantes contra a polícia federal?)











Membro do DCE-UFF convida alunos para continuar na luta pela universidade

Olá gente,

Saímos com vitórias muito importantes do movimento que foi ao CUV de terça de manhã e permaneceu na Reitoria até hj; acredito que podemos avaliar o mesmo para a ocupação do Acampamento Maria Júlia Braga. Uma delas inclusive creio ser a unificação, e madurecimento, dos movimentos numa só ocupação para alcançarmos ambos os objetivos, que eram comuns. Parabéns a todos que participaram de alguma forma dessas lutas.

Queria aqui somente esclarecer alguma coisas quanto ao informe dado fazendo pontuações. A primeira condição para a desocupação foi a retirada do mandado de segurança sobre qualquer ocupação na UFF, garantindo assim a segurança do acampamento que permanece Gragoatá; dois: não perseguição de qualquer estudante que participou dos atos, debates e ocupações, seja em âmbito da justiça ou administrativa da universidade; Em terceiro lugar, a garantia da realização de uma audiência pública com Reitor até sexta, tendo prazo limite a terça-feira da semana que vem (em razão do CUV que será na quarta), cujo conteúdo (da audiência) seria o REUNI na UFF,explicações sobre os golpes que a Reitoria tem cometido, os prazos para a moradia, a cobrança contundente quanato ao uso de força, etc.

Vale lembrar que haverá CUV na quarta que vem. Temos alguns objetivos centrais nesse CUV. Denunciar nesse espaço a reação violenta da Reitoria diante de uma manifestação pacífica dos estudantes da UFF, garantir vagas dos funcionários na UFF no CUV, por em cheque o Reitor diante da suspensão vergonhosa do CUV de quarta-feira diante da derrota do REUNI na UFF e do consequente não envio do projeto da UFF, na votação. Ainda tem a questão da suspensão dos cursos pagos, mais um vitória do movimento no Consleho do dia 26 do mês passado que poderá entrar em pauta.

O Reitoria recuou! Sem dúvida já por isso nosso movimento foi vitorioso. Foi retirado da pauta o REUNI, pelo menos até dezembro! Isso aconteceu graças ao debate intenso que topamos fazer nesse último perído. Orgulho-me bastante de ter participado desses dias e meses de luta e, mesmo ainda havendo diferenças, também das companheiras e companheiros, estudantes, técnicos e professores, que lutaram em defesa da UFF, por uma conpcepção e materialização de Universidade livre do capital, para os trabalhadores e com acesso a um ensino de qualidade e condições de permanência (essa foi a dinâmica da nossa intervenção, é o que nos unifica e nos torna fortes).

Espero encontrá-los não só nas aulas e nos corredores da UFF, mas também nas próximas lutas, assembléias, conselhos de DA's, etc. A luta continua, conto com todos e podem contar comigo. Manteremos o diálogo.
O Reitoria recuou! Sem dúvida já por isso nosso movimento foi vitorioso. Foi retirado da pauta o REUNI, pelo menos até dezembro! Isso aconteceu graças ao debate intenso que topamos fazer nesse último perído. Orgulho-me bastante de ter participado desses dias e meses de luta e, mesmo ainda havendo diferenças, também das companheiras e companheiros, estudantes, técnicos e professores, que lutaram em defesa da UFF, por uma conpcepção e materialização de Universidade livre do capital, para os trabalhadores e com acesso a um ensino de qualidade e condições de permanência (essa foi a dinâmica da nossa intervenção, é o que nos unifica e nos torna fortes).

Espero encontrá-los não só nas aulas e nos corredores da UFF, mas também nas próximas lutas, assembléias, conselhos de DA's, etc. A luta continua, conto com todos e podem contar comigo. Manteremos o diálogo.


Daniel Vieira Nunes
Comunicação Diretório Central dos Estudantes Livre Fernando Santacruz www.uff.br/dce
Coletivo Estudantil Nós Não Vamos Pagar Nada http://paganada.blogspot.com/

Notícia sobre a desocupação no G1

http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL156884-5604,00-ESTUDANTES+DESOCUPAM+REITORIA+DA+UFF.html

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Mais informes da desocupação

Hoje, no final da tarde, a reitoria foi entregue oficialmente.
Para garantir a total integridade do prédio foi feita uma comissão de vistoria com funcionários da reitoria e membros da ocupação, tanto da iniciada ontem quanto da mais antiga, que percorreu todos os espaços do prédio ocupado.
Depois da vistoria a comissão concluiu que o prédio está no mesmo estado de quando a ocupação começou, ou seja, não houve depredações, invasões ou qualquer extravio do material por parte dos ocupantes.
Com um documento assinado se confirmou que a mobilização foi pacífica e prezou pela manutenção do espaço público da universidade.
Vale reiterar que a desocupação se deu por um acordo entre os manifestantes e representantes da reitoria, mas a vitória do movimento ainda não está garantida. Muito resta ainda a fazer para que o REUNI e o sucateamento na UFF não ocupe o espaço que deixamos livre.

Reitoria desocupada.

Acabam de ser informadas as resoluções da reunião da comissão de negociação com a reitoria.

Diante da ameaça da repressão da polícia federal, os estudantes decidiram desocupar a reitoria da Universidade Federal Fluminense.
A reitoria se comprometeu a retirar o mandado de reitegração de posse - e a consequente repressão aos estudantes -, além de garantir que não haverá nenhum tipo de perseguição política ou administrativa aos ocupantes.
Por sua vez, os estudantes garantiram a ocupação do campus do Gragoatá, que já se realiza há mais de 1 ano e 6 meses, reivindicando a construção da moradia estudantil. Foi marcada também uma audiência pública com o reitor para a próxima sexta feira, com prazo máximo para ocorrer até a próxima quarta, dia do próximo Conselho Universitário.

Polícia Federal dá prazo até às 14h para desocupação da reitoria da UFF

Polícia Federal dá prazo até às 14h para desocupação da reitoria da UFF

Estudantes mantém ocupação contra Reuni
A Polícia Federal esteve essa manhã na reitoria da UFF (na Miguel de Frias, Icaraí, Niterói) para vistoriar o prédio e tornar a ordenar a desocupação das instalações. Os oficiais deram prazo até às 14h da tarde de hoje (quarta, dia 24/10) para que os estudantes se retirassem por bem, depois disso a retirada seria efetuada pela força. Os estudantes exigem uma audiência pública com a administração da universidade. Finalmente, o reitor da UFF, Roberto Salles, aceitou realizar uma reunião com comissão formada pelo Diretório Central dos Estudantes e a Associação dos Docentes da UFF.
Essa reunião foi marcada para às 13h de hoje. Nesse momento, os representantes do movimento devem estar apresentando as reivindicações que abarcam a realização de uma audiência pública com a reitoria, a retirada do mandato de ordem de reintegração de posse, a não perseguição política, jurídica e administrativa a qualquer integrante da ocupação.
Nessa audiência pública, além de organizar um processo democrático de deliberação da posição da UFF sobre o Reuni, também serão colocadas outras questões como a garantia de apoio estrutural ao acampamento estudantil no campus do Gragoatá, a definição de prazos para a construção da moradia universitária e a realização de um congresso paritário na universidade (com participação igualitária de estudantes, professores e técnicos) para construir uma alternativa propositiva dos rumos da UFF.

Ação arbitrário de reitor motiva ocupação
Dezenas de estudantes da universidade tomaram a sede administrativa da UFF indignados com o fato do reitor ter cancelado o Conselho Universitário dessa terça-feira, dia 23 de outubro. Nesse CUV seria votada a posição da universidade em relação ao Programa de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). Devido ao forte movimento de debate e conscientização organizado pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE-UFF), Associação de Docentes da UFF (ADUFF) e do Sindicato dos Trabalhadores da UFF (Sintuff) a maioria dos Conselheiros Universitários declaravam votar contra o projeto da UFF para o Reuni. Com a grande possibilidade de perder essa votação e os recursos prometidos pelo Governo Federal, o reitor abriu o Conselho informando que não havia condições de sua realização e decretou o cancelamento do CUV. Sem consulta aos presentes. Sem ouvir os conselheiros. Enfim, numa ação extremamente autoritária e incondizente com o espírito democrático que deveria reger a universidade pública.
Tamanha calamidade, levou as centenas de estudantes presentes no Conselho e se manter na reitoria desde às 9:00h da manhã da terça até o momento, sem previsão de saída do prédio da administração central da UFF. A idéia é permancer lá até que se reverta a posição intransigente do Roberto Salles e que se reinstaure o mínimo de democracia na instituição.

Por que ser contra o Reuni?
O projeto de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI – que tem como premissa acelerar o processo de formação dos estudantes de graduação e também sua saída para o mercado de trabalho, seria um método válido de desenvolvimento da educação, caso tal acesso fosse conduzido com a garantia de qualidade de ensino e da permanência por meio da assistência estudantil. Porém, tal projeto, da forma como está sendo proposto, vem estreitamente vinculado ao processo de precarização da Universidade.
Não se democratiza o acesso à universidade apenas por aumentar o número de vagas. A promoção da inclusão das classes mais desfavorecidas da população é necessária, inclusive faz parte do cenário de reivindicações do Movimento Estudantil. Entretanto, da forma como vem sendo conduzida, acaba gerando um ensino desqualificado, no momento em que descaracteriza o sentido da universidade, respaldada pelos eixos ensino, pesquisa e extensão. O plano é ainda excludente, pois proporcionalmente reduz os gastos com Assistência Estudantil, uma vez que propõe média de 18 alunos por professor, o que resulta ainda em salas superlotadas, prejudicando o ensino.

Mais informações:
Daniel Nunes – coordenador de comunicação o DCE-UFF
9964-9242

Obs: Entrada liberada na reitoria
Estudantes da ocupação da UFF informam que não está sendo impedida a entrada de funcionários, professores e demais membros da comunidade no prédio. Embora os estudantes permaneçam no hall, desde o início do expediente desta quarta a passagem está liberada. Apesar disso, alguns trabalhadores que vieram para o trabalho não permaneceram, segundo os próprios, porque as salas permanecem trancadas pela administração da universidade.

Estudantes procuram diálogo com a reitoria

Essa manhã a polícia federal informou aos ocupantes sobre um novo prazo para a desocupação do prédio da reitoria - ainda hoje, até as 14h.
O vice-reitor Emmanuel Andrade estava presente no local, e uma comissão de negociação formada por 5 estudantes, além de membros da ADUFF, procurou o diálogo com a reitoria. O reitor Roberto Salles não foi ao encontro dos ocupantes.
Foi combinada uma reunião da nossa comissão de negociação com uma comissão da reitoria, na tentativa da realização de acordos. Exigimos que estivesse presente na reunião alguma pessoa que fosse apta a responder diretamente pela reitoria, para que, no caso de acordo, as determinações sejam formalmente registradas e cumpridas. Os representantes da reitoria afirmaram que a ação da polícia federal estaria suspensa durante a reunião de negociação.

Nós, ocupantes, decidimos permanecer na reitoria até que essa negociação esteja encerrada, e reavaliaremos os próximos passos a partir do que for acordado nela.

Estudantes da UNIR Ocupam Reitoria em Luta contra o REUNI

No dia 23 de outubro, dezenas de estudantes da Universidade Federal de Rondônia ocuparam o prédio da reitoria da instituição em luta contra adesão da instituição ao REUNI, compreendendo que o REUNI é a principal ameaça para as Universidades Públicas do País, mais uma faceta da "Reforma" Universitária do Banco Mundial/Lula.

Além de exigirem a revogação do decreto do REUNI e a não adesão da UNIR a este programa que tem o discurso de expansão das vagas, mas que na realidade operacionaliza o fim da Universidade Pública, os estudantes repudiam o fato de que a administração superior se comprometeu com a realização de debates em todos os campi da universidade e de não ter cumprido esta promessa, demonstrando assim sua total falta de disposição para o diálogo com a comunidade acadêmica.

A reitoria convocou reunião do Conselho Superior da Universidade, sem que os representantes discentes no CONSUN estejam devidamente eleitos - mesmo tendo se comprometido, em um um termo de compromisso assinado junto ao DCE, que só convocaria a reunião do CONSUN após eleição e posse desse conselheiros.

Há de se dizer que no CONSUN apenas uma parcela da comunidade universitária tem direito a voto, e no dia dia 24 de outubro, o Reitor tentar passar de todas as formas que lhe for possível a adesão da UNIR ao REUNI, demonstrando assim a todos os seus métodos autoritários e anti-democráticos.

Além dos estudantes de Porto Velho que ocupam a reitoria , os estudantes do campus de Rolim de Moura entraram em greve por tempo indeterminado, com posição contrária ao REUNI, contrária à implantação do Ensino a Distância no Campus, que a reitoria está tentando impor ao Campus, demonstrando a sua falta de respeito à autonomia universitária. Além disso, os estudantes também têm como reivindicação a instalação de fornecimento de água potável no Campus, que há 8 meses está sem este serviço.

A pauta de reivindicações dos estudantes acampados no prédio da reitoria são as seguintes:

-Revogação do decreto que institui o REUNI;

-Não adesão da UNIR ao REUNI;

-Paridade nos Conselhos Colegiados da Universidade;

-Suspensão dos cursos de Educação a Distância vinculados a Universidade Aberta do Brasil no Campus de Rolim de Moura;

-Reforma e compra de computadores para o laboratório de Informática dos cursos de Pedagogia e Agronomia do Campus de Rolim de Moura;

-Instalação do fornecimento de água para o Campus de Rolim de Moura;

-Contratação de professores adjuntos e em dedicação exclusiva e funcionários técnico-administrativos em regime de urgência;

-Início do processo de Estatuinte;

-Fim de todas as taxas administrativas na UNIR;

-Sinalização nas vias de acesso na entrada dos Cursos de Agronomia e Pedagogia, no Campus de Rolim de Moura;

-Atualização e amplicação do acervo bibliográfico das bibliotecas de todos os campi, principalmento do Curso de Agronomia;

-Equipamentos para os laboratórios do curso de Agronomia;

-Climatização das salas e reforma dos banheiros;

-Restaurante Universitário no sistema bandejão e com subsídio, para todos os campi;

- Construção da Moradia Estudantil e regularização da Moradia Estudantil do Campus de Rolim de Moura;

-Novos cursos presenciais com contratação de professores em regime de dedicação exclusiva e funcionários técnico-administrativos e infra-estrutura adequada para seu funcionamento;

- Regularização da Sala do Diretório Central dos Estudantes;

- Destinação de espaço físico para os Centros e Diretórios Acadêmicos;

- Audiência da Reitoria com os estudantes do curso de Engenharia Elétrica, afim de se resolver os entraves relativos ao financiamento e da construção dos laboratórios para o curso;

- Compra de mesas e cadeiras para o curso de Química;

- Compra de equipamentos atualizados para o laboratório do curso de Informática de Porto Velho;

- Aquisição de equipamentos datashow para o curso de Ciências Sociais;

- Pavimentação das vias do Campus José Ribeiro Filho de Porto Velho, permitindo o acesso regular do ônibus;

- Construção de serviço de alimentação no Campus de Ji-Paraná;

- Regularização do serviço de fotocópias e alimentação no Campus de Guajará-Mirim;

- Compra de bebedouros para Campus de Cacoal;

- Construção de Biblioteca e aquisição de acervo bibliográfico no Campus de Ariquemes;

- Regularização do curso de Informática, com contratação de professores para o Campus de Ariquemes - Os professores responsáveis por ministrar as disciplinas são vinculados ao Departamento de Informática de Porto Velho;

- Regularização da UNIR junto a Federãção Rondoniense de Desportos Universitários;

www.ocupacaounir.blogspot.com

Apoio do Centro Universitário Fundação Santo André

Venho em nome da dos alunos, da GREVE de mais de 60 dias de alunos e preofessores e do OKUPA F$A do Centro Universitário Fundação Santo André - SP trazer o nosso apoio aos estudantes da UFF.

Estamos nessa mesma luta, contra essa Reforma Universitária que vem para sucatear de vez nossas Universidades e precarizar o ensino de forma avassaladora!

A União dos estudantes desse país se faz necessário, visto este momento tão delicado que estamos vivendo.

Não é uma, nem duas, nem três Universidades ocupadas por estudantes no Brasil reinvidicando o que lhe cabe de direito... QUALIDADE DE ENSINO, LIBERDADE DE EXPRESSÃO. Não a precarização do ensino, ao sucateamento das universidades, não a REPRESSÃO!!!

Fico a disposição de vcs para qualquer coisa que precisarem, em meu nome e do OKUPA F$A!!!

Saudações estudantis!

A luta só está começando!

Maíra Lavorato Franco
4º ano de Pedagogia
Comando de Greve FSA
OKUPA F$A


MAIS sobre a GREVE e o OKUPA da F$A ou troca de idéias e informações no site:

www.ocupacaofsa.blogspot.com

ou e-mail: comissaodecomunicacaofsa@grupos.com.br

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Ocupação no Orkut

Perfil do orkut: http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=14710494615370668282

Comunidade no orkut: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=40793252&refresh=1

Pedimos que todos ajudem na divulgação! Todo o apoio é essencial na luta contra o Reuni e contra a repressão policial.

Imprensa

E a grande mídia já começa a falar:

http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL156158-5604,00-CERCA+DE+ALUNOS+OCUPAM+REITORIA+DA+UFF.html

Comunicado da ocupação da Universidade Federal Fluminense à sociedade

A Universidade Federal Fluminense está ocupada.

Após uma sucessão de golpes aplicados na comunidade acadêmica, o Conselho Universitário (CUV) que votaria a adesão ou não ao projeto de reestruturação das universidades federais (Reuni) seria realizado essa manhã, no Cine Art UFF, que fica na prédio da reitoria. Diante da certeza de que o decreto seria barrado na votação, tendo em vista o grande número de colegiados de cursos que deliberaram posição contrária ao decreto e a massiva mobilização estudantil, o reitor Roberto Salles deu um golpe: declarou suspenso o conselho logo após seu início, e retirou-se do local.

O movimento contrário ao Reuni, integrado pelo DCE, bem como pela ADUFF e o SINTUFF, estava presente em massa no local do conselho e, em plenária, deliberou que se iniciasse uma ocupação na reitoria, integrada à ocupação já existente no hall da mesma, que tem como pauta principal a construção da moradia estudantil.

No fim da tarde, recebemos o informe de que o reitor Roberto Salles havia publicado um comunicado no site da UFF, retirando o projeto de Reuni da universidade da pauta do conselho universitário e encaminhando-o para a Comissão de Orçamento e Metas do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), e lembrando que o prazo de adesão ao decreto pelas IFES era o dia 17 de dezembro – ou seja, haveria tempo suficiente para a reitoria se reerguer e articular novo golpe.

Mas o ponto mais impressionante do comunicado foi a alegação de que a suspensão do conselho tinha se dado “para garantir o direito, a liberdade e o respeito pela instituição” e que seriam tomadas “as medidas cabíveis” para ter certeza de que os atos mobilizadores do movimento contrário ao Reuni não mais prejudicassem a democracia na universidade.

No fim da plenária, quando nos encontrávamos em situação razoavelmente dispersa, duas viaturas da Polícia Federal chegaram ao prédio da reitoria com um mandato de reintegração e posse. Os policiais exigiram a desocupação imediata do prédio e deram ao movimento um prazo até amanhã de manhã para que esta seja realizada. Alegaram ainda que a abordagem era pacífica, mas ficou implícito que caso a desocupação não se realizasse... a polícia tomaria, por sua vez, “as medidas cabíveis”.

É dessa forma que o reitor Roberto Salles quer garantir a liberdade e a democracia na universidade: chamando a polícia federal contra os estudantes que têm como desejo garantir a universidade pública e de qualidade para todos.

É imprescindível denunciar a sociedade como se está tentando aprovar o decreto do Reuni nas universidades federais: com golpes, violência e, principalmente, total esfacelamento da parca democracia conquistada pelos movimentos sociais acadêmicos. Nem mesmo os conselhos universitários, onde o setor majoritário estudantil é minoria, estão sendo respeitados.

Os estudantes da UFF, a ADUFF e o SINTUFF disseram não ao Reuni. Um enorme número de colegiados de curso e conselheiros universitários disse não ao Reuni.
O próprio vice-reitor Emmanuel Andrade disse não ao Reuni. E diante disso tudo a reitoria jogou a carta da repressão covarde sobre a comunidade acadêmica.
Mas nós seguimos firmes na ocupação, e conclamamos toda a sociedade, destacadamente os estudantes e os movimentos de ocupação espalhados pelo Brasil, a juntar-se a nós nessa luta pela educação.